🦾Descubra 5 dicas práticas para impulsionar sua evolução pessoal e alcançar o autoconhecimento e o bem-estar na sua vida.😃
A evolução pessoal é uma jornada contínua de autoconhecimento e transformação. No mundo acelerado em que vivemos, reservar tempo para se concentrar no desenvolvimento pessoal e no bem-estar é essencial para levar uma vida mais equilibrada e significativa. Veja 5 dicas essenciais para fortalecer sua evolução pessoal e viver de forma mais consciente e realizada.
👉Pratique o Autoconhecimento Diariamente
O primeiro passo para a evolução pessoal é o autoconhecimento. Dedique alguns minutos todos os dias para refletir sobre suas ações, emoções e pensamentos. Ferramentas como o diário, a meditação e a autoanálise são ótimas para explorar quem você realmente é, suas motivações e limitações. O autoconhecimento permite que você tome decisões mais alinhadas aos seus valores, promovendo uma vida mais autêntica e plena.
👉Estabeleça Objetivos Realistas
Definir objetivos é fundamental para a evolução pessoal, mas é importante que sejam realistas e alcançáveis. Crie metas pequenas e específicas, como melhorar um hábito ou aprender uma nova habilidade, e divida-as em etapas. Estabelecer metas alcançáveis cria um ciclo positivo de conquistas, motivando-o a progredir constantemente e aumentando a autoconfiança.
👉Invista no Desenvolvimento Emocional
A inteligência emocional é um aspecto vital da evolução pessoal. Aprender a identificar, entender e controlar suas emoções ajudará a lidar com desafios de forma mais equilibrada e saudável. Praticar a empatia e a escuta ativa também melhora suas relações, promovendo um ambiente positivo e de crescimento mútuo. Técnicas de mindfulness e práticas de respiração podem ajudar a desenvolver maior controle emocional.
👉Cultive a Resiliência
A resiliência é a capacidade de se adaptar e superar situações adversas. Desenvolver essa habilidade permite que você enfrente desafios sem se deixar abater, aprendendo e crescendo com cada experiência. Pratique a autocompaixão e lembre-se de que o fracasso é parte da jornada. Com a resiliência, você se torna mais forte e preparado para enfrentar qualquer dificuldade que surgir.
👉Busque Conhecimento Constantemente
O aprendizado contínuo é essencial para a evolução pessoal. Leia livros, assista a documentários, participe de workshops ou faça cursos sobre temas que despertam seu interesse. Expandir seu conhecimento ajuda a desenvolver uma mente aberta e flexível, melhorando tanto sua capacidade de resolver problemas quanto sua perspectiva de vida.
Conclusão
A evolução pessoal é uma jornada que requer dedicação e intenção. Praticando o autoconhecimento, definindo objetivos realistas, desenvolvendo a inteligência emocional, cultivando a resiliência e buscando conhecimento, você pode transformar sua vida de forma significativa. Invista em si mesmo e veja como essas pequenas ações podem gerar uma grande mudança no seu bem-estar e crescimento.
No artigo anterior introduzimos todo o modelo e agora vamos focar nas Dimensões do Ser Humano. Nos próximos artigos vamos abordar os Fatores Cotidianos e as Ferramentas de Transformação.
No artigo anterior, eu introduzi o que eu chamo de Modelo Veja Claramente. Como já mencionado, o termo “Modelo” refere-se à minha visão particular sobre como eu procuro dar sentido e lógica à minha busca por uma vida melhor, por meio do autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Ao longo da minha vida, estudei diversas doutrinas e ciências e percebi que existem muitos caminhos e conhecimentos, sendo muito fácil se perder ou desistir em meio a tanta informação.
Não que estudar e buscar conhecimento em excesso seja ruim, não é mesmo. Inclusive já ouvi muito que “estudar demais pode deixar uma pessoa maluca”. Bem, sobre isso nem vale a pena discutir, pois considerando as condições de educação e instrução do nosso país e da maioria esmagadora do nosso povo, e considerando as pessoas e locais de onde pude ouvir esse argumento, é melhor não discutir. Não é que o excesso de estudo e informação seja ruim, mas o acúmulo de conhecimento sem um sentido lógico, sem coerência e motivação, isso acaba por confundir o caminhar do indivíduo que está na busca. Por isso é que temos o conceito de trilhas, no que se refere à capacitação, formação e educação, segundo a pedagogia.
Assim, o Modelo Veja Claramente surgiu como uma abstração que fiz ao parar, refletir e organizar meus estudos em prol da minha necessidade de autoconhecimento e desenvolvimento em áreas fundamentais do conhecimento humano. Não se trata apenas de especializar-se em uma profissão e prosperar, mas de desenvolver-se como um ser humano dotado de consciência, vida, saúde e propósito.
Utilizei conceitos de conhecimento em níveis estratégicos, táticos e operacionais para desenhar um paralelo. Em meu raciocínio, para me conhecer e me desenvolver, preciso entender o macro — do que sou feito em uma escala maior, independente do rumo de vida que sigo. Por isso, decidi que, em nível estratégico, deveria explorar as cinco dimensões humanas: Física, Emocional, Cognitiva, Espiritual e Social. No nível tático, preciso conhecer os Fatores Cotidianos: Pessoais, Familiares, Financeiros, Profissionais e Crenças e, no nível operacional, as Ferramentas de Transformação: Filosofia, Psicologia, Religião/Espiritualidade e Estoicismo.
Para mim, o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal ocorrem através do estudo de várias disciplinas e saberes, que podem ser encaixados nessa estrutura. Dessa forma, sei onde buscar o conhecimento necessário para entender quem sou, o que pode me afetar como pessoa e quais ferramentas posso utilizar para superar obstáculos.
Neste artigo, abordaremos apenas o nível estratégico do modelo, discorrendo sobre os conceitos e a importância das dimensões. Os outros níveis serão abordados em artigos futuros.
As cinco dimensões das quais uma pessoa é constituída responde à seguinte lógica: Eu, uma vez que tenho consciência que existo e estou vivo no mundo e em sociedade tenho que entender que tenho um corpo físico, perceptível; e nele há um cérebro dotado de capacidades cognitivas fundamentais para perceber a vida real. Dentre as capacidades e habilidades, estão meus sentimentos e emoções que me fazem compreender o que pode ser visto e sentido, me dando a capacidade de expressá-los e, assim, me diferenciar como humano. Ao final, e com tudo isso, tenho a plena sensação da existência de algo maior e divino a perseguir o entendimento.
A Dimensão Física
Esta é a dimensão elementar da existência do ser humano no planeta. É a mais tangível de todas e refere-se ao estado do corpo e à saúde geral. É por meio do corpo que experimentamos sensações e sentidos, que integram as características das outras dimensões. O corpo é a estrutura que abriga habilidades que determinam força, potência e equilíbrio, essenciais para uma vida plena e produtiva.
Desde a antiguidade, filósofos como Hipócrates destacavam a importância de um corpo saudável como base para uma vida plena. “Que teu remédio seja teu alimento, e que teu alimento seja teu remédio“, dizia Hipócrates, sublinhando a interdependência entre saúde e bem-estar. Na era contemporânea, a medicina moderna e a nutrição funcional corroboram essas ideias, enfatizando a necessidade de uma dieta equilibrada e exercícios regulares.
Além disso, o advento da psicologia positiva, trouxe à luz a ideia de que o bem-estar físico é indissociável da saúde mental. A prática de atividades físicas é constantemente associada à melhoria do humor e ao combate à depressão e à ansiedade. Contudo, a ênfase exagerada na aparência física, fomentada pelas redes sociais, pode distorcer a percepção de saúde, levando a distúrbios como a dismorfia corporal e o narcisismo. Inclusive, abordo essa visão no artigo https://www.vejaclaramente.com.br/blog/publicacao/2303371/saude-e-bem-estar-nao-sao-mais-suficientes, que pode ser lido no blog.
A dimensão física é a base sobre a qual todas as outras dimensões humanas se sustentam. Sua influência e importância podem ser discutidas em vários aspectos, como por exemplo: o impacto na saúde mental, o desempenho cognitivo, a longevidade e a qualidade de vida.
Há uma forte conexão entre a saúde física e mental. Até podemos citar um ditado muito conhecido que é: corpo são, mente são! Existem estudos bem abrangentes sobre isso. Na verdade há filosofias inteiras, que ensinam a importância do equilíbrio entre os dois, para que se alcance o desempenho, não apenas cognitivo, do intelecto, mas também para que seja possível o prolongamento da vida com qualidade.
Creio que o conhecimento desta dimensão é o mais avançado atualmente, em relação aos demais. A sociedade conseguiu normalizar e tornar comum a cultura de cuidados com o corpo físico. Isso se verifica através da explosão de academias e práticas saudáveis nas quais as pessoas já incorporaram em seus estilos de vida cotidianos. Muitos estão buscando cuidar de seus corpos para atingir beleza física, saúde e qualidade de vida. Esta última ainda é um pouco subjetiva, mas há um consenso comum de que é necessário ter o máximo de cuidado com o corpo, pois sem essa qualidade, é difícil manter o equilíbrio na relação com as outras dimensões.
Investir no conhecimento e na prática do cuidado com a dimensão física é crucial para uma vida equilibrada e satisfatória. Ao cuidar do corpo através de nutrição adequada, exercícios regulares, sono de qualidade e manutenção da saúde geral, criamos uma base sólida para o bem-estar emocional, cognitivo, espiritual e social, pois é a base – repito pois considero de vital compreensão (e não se enganem, há pessoas que não entendem assim, pois acham que o corpo não interfere em habilidades outras). O entendimento e a aplicação dos princípios desta dimensão podem transformar vidas, promovendo não apenas a longevidade, mas também a qualidade de vida.
Dimensão Emocional
As emoções nunca estiveram tão em alta como nos tempos de hoje. Mais que a própria inteligência (cognição), que considero ser a mais importante. Essa dimensão envolve a gestão das emoções, sentimentos, estados afetivos e o desenvolvimento da resiliência. Aristóteles, em sua obra “Ética a Nicômaco”, falava da importância da moderação e do equilíbrio emocional para uma vida virtuosa. Na psicologia moderna, o conceito de inteligência emocional, que se refere à capacidade de reconhecer, compreender e gerir nossas emoções e as dos outros. Ela é essencial para o bem-estar geral e influencia diretamente nossas interações sociais, nossa percepção de nós mesmos e nossa qualidade de vida.
Quero destacar expressões como “gerir nossas emoções e as dos outros”, “essencial para o bem-estar geral” e “qualidade de vida”. Se repararmos bem, vamos perceber o poder que elas expressam. Se eu consigo gerir minhas emoções e dos outros, eu defino o bem-estar geral e determino a qualidade de vida que eu e aos que estão ao meu redor terão. É absurdo raciocinar assim?
No entanto, parece não ser tão fácil assim. Apesar da sociedade ter adquirido maior consciência sobre a importância de um emocional forte e saudável, observamos, sem dificuldade, uma gigantesca quantidade de pessoas doentes emocionalmente. Em consequência do aumento vertiginoso dos transtornos emocionais temos disponíveis muitas terapias, como por exemplo a prática da atenção plena e a terapia cognitivo-comportamental (TCC), estratégias estas eficazes para melhorar a saúde emocional.
A capacidade de reconhecer e compreender as próprias emoções é fundamental para o desenvolvimento pessoal e o bem-estar. Essa habilidade, conhecida como autoconsciência emocional, é o primeiro passo para a gestão eficaz das emoções. Segundo Daniel Goleman, em seu influente livro “Inteligência Emocional”, a autoconsciência emocional é uma das habilidades essenciais da inteligência emocional. Goleman argumenta que, ao entendermos nossas emoções, somos capazes de controlá-las e utilizá-las de maneira construtiva, melhorando tanto nossas relações pessoais quanto nossa performance profissional.
2 – Regulação Emocional:
A capacidade de gerenciar e responder às emoções de maneira saudável é fundamental para o bem-estar emocional e o sucesso nas interações pessoais e profissionais. Técnicas de regulação emocional, como respiração profunda, meditação e reestruturação cognitiva, são ferramentas eficazes que ajudam a manter o equilíbrio emocional, mesmo em situações de estresse ou pressão. Essas técnicas não só melhoram o autocontrole, mas também aprimoram a capacidade de tomar decisões equilibradas e resolver conflitos de forma construtiva.
3 – Empatia:
A habilidade de entender e compartilhar os sentimentos dos outros, conhecida como empatia, é crucial para promover conexões sociais e relacionamentos saudáveis. A empatia não apenas fortalece os vínculos interpessoais, mas também cria um ambiente de compreensão e apoio mútuo. Estudos mostram que essa habilidade pode ser desenvolvida através da prática e da reflexão consciente sobre as experiências dos outros, o que permite um aprimoramento contínuo na forma como nos relacionamos com aqueles ao nosso redor. A prática da empatia, portanto, não é apenas um dom inato, mas uma competência que pode ser cultivada e aprimorada ao longo do tempo, contribuindo significativamente para o bem-estar emocional e social.
4 – Motivação:
A dimensão emocional desempenha um papel crucial na nossa motivação interna. Essa motivação pode ser dividida em dois tipos principais: intrínseca e extrínseca. A motivação intrínseca, que é impulsionada por interesses e valores pessoais, tende a ser mais sustentável a longo prazo, pois está enraizada em nossos desejos e objetivos mais profundos. Em contraste, a motivação extrínseca, que é impulsionada por recompensas externas, pode ser menos duradoura. Portanto, entender e nutrir nossa motivação intrínseca é fundamental para o desenvolvimento pessoal e para a busca de uma vida mais significativa e alinhada com nossos valores essenciais.
5 – Habilidades Sociais:
As habilidades sociais envolvem a capacidade de interagir eficazmente com os outros, fundamentais para construir e manter relacionamentos positivos. Essas habilidades incluem comunicação eficaz, resolução de conflitos e cooperação, essenciais para criar ambientes de convivência harmoniosos e produtivos. Cultivar essas habilidades é vital para o sucesso pessoal e profissional, permitindo que os indivíduos se conectem de forma significativa com os outros e colaborem para alcançar objetivos comuns.
Pesquisei e achei muito interessante as definições e observações sobre essas cinco características. Trouxe-as para este artigo para refletirmos sobre a relação existente entre elas. Das duas primeiras já aprendemos sobre ter consciência das emoções e da necessidade de regular essas mesmas emoções, indicando que não existe estado emocional estável. Logo depois, conhecemos a empatia e a motivação, características que eu também considero que exista uma ligação, pois para entender e compartilhar sentimentos com outras pessoas, pelo que penso, tem que ser possível uma boa dose de motivação para a criação de conexões e relacionamentos.
Por último, a característica da dimensão emocional que mais vejo sendo praticada atualmente, a habilidade social. Na era da informação livre, as habilidades de comunicação, resolução de conflitos e cooperação são cada vez mais fundamentais. Em toda organização, por todos os profissionais e educadores, se percebe o quão pode ser determinante as habilidades de viver em sociedade. E se o indivíduo conseguir equilibrar as outras características, não há dúvidas que suas habilidades serão superiores e ele, certamente, terá destaque. Inclusive, fazendo com que ele tenha que ter, cada vez mais, consciência e regulação emocional.
Dimensão Cognitiva
A dimensão cognitiva abrange nossas capacidades intelectuais, incluindo a memória, a criatividade e a capacidade de resolução de problemas. É através da cognição que os seres humanos interpretam o mundo ao seu redor, desenvolvem o pensamento crítico e criam estratégias para enfrentar desafios. Essa dimensão é essencial para a sobrevivência e o sucesso humano, porque é através dela que os indivíduos podem processar informações complexas, resolver problemas e tomar decisões informadas.
Aqui o foco envolve as capacidades mentais que permitem ao ser humano perceber, processar, e interpretar informações do mundo ao seu redor. É preciso perceber e diferenciar as características cognitivas das emocionais. Muitas vezes se confundem uma com a outra, mas se mantém a relação de dependência e colaboração entre essas duas dimensões.
Uma das principais características dessa dimensão é a percepção e processamento de informações, onde o indivíduo organiza e faz sentido dos estímulos sensoriais recebidos, sendo isso fundamental para a tomada de decisões e ações conscientes. Outro aspecto crucial é a memória, que serve como o alicerce do aprendizado, permitindo que experiências passadas sejam armazenadas e acessadas para influenciar comportamentos e decisões futuras. Sem uma memória eficaz, a capacidade de aprendizado seria severamente limitada.
A capacidade de aprendizado e adaptação é outra característica central da cognição. Esse processo contínuo permite que as pessoas adquiram novas habilidades e conhecimentos, ajustando-se às mudanças em seu ambiente. Isso não apenas contribui para o desenvolvimento pessoal, mas também é essencial para a evolução profissional em um mundo em constante transformação.
A resolução de problemas reflete a capacidade cognitiva de identificar desafios, gerar soluções e tomar decisões informadas. Essa habilidade é vital em todos os aspectos da vida, desde lidar com problemas diários até enfrentar questões complexas em ambientes profissionais.
Por fim, a criatividade e inovação são manifestações da cognição que permitem ao indivíduo gerar novas ideias e abordagens, sendo essas habilidades particularmente valorizadas em campos que exigem inovação constante, como ciência, tecnologia e artes.
A dimensão cognitiva, portanto, desempenha um papel central na forma como os seres humanos interagem com o mundo e se desenvolvem. Suas características não só suportam a sobrevivência, mas também o sucesso pessoal e social, influenciando o bem-estar emocional e a saúde mental. Manter um cérebro ativo e saudável, por meio de práticas como leitura e meditação, pode fortalecer essas capacidades ao longo da vida, promovendo uma maior realização e adaptabilidade.
Dimensão Espiritual
Particularmente, esta é a dimensão em que invisto mais tempo de estudo e análise. Com certeza é algo particular, com origem nas minhas experiências de vida. Para mim, e tenho certeza que muitos dos leitores vão se identificar, é por estudar sobre religião e espiritualidade que as demais dimensões começam a fazer sentido lógico e racional. Escrevi um artigo bem sucinto sobre as características e o leitor pode ler aqui: https://www.vejaclaramente.com.br/blog/publicacao/2220547/caracteristicas-da-dimensao-espiritual-do-ser-humano). A dimensão espiritual é talvez a mais subjetiva e complexa de todas. Envolve a busca por um propósito maior, a conexão com algo transcendente, não sendo essa busca algo de cunho obrigatório, mas sim natural e existencial.
Desde a filosofia oriental, com figuras como Siddhartha Gautama (Buda), até os ensinamentos dos místicos cristãos como São João da Cruz, a espiritualidade tem sido uma busca central na vida humana. Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente do Holocausto, argumenta em seu livro “Em Busca de Sentido” que a busca por significado é a principal motivação do ser humano. De alguma forma, e inconscientemente, mesmo com as outras dimensões em certo equilíbrio, o indivíduo ainda se olha, olha acima e constata que ainda falta alguma coisa que possa lhe completar.
Na psicologia moderna, Carl Jung trouxe à tona a importância do inconsciente coletivo e dos arquétipos, elementos fundamentais na nossa busca espiritual. Em tempos de crise existencial e desorientação, a espiritualidade pode fornecer um sentido de propósito e direção, aspectos críticos para o bem-estar global.
Sentido e propósito, certo? Perceba que foi só aqui, nesta dimensão, que aparece esses dois termos como unidades maiores, que não são consequência dos cuidados com o corpo, com a mente, nem com as emoções e nem com nossa cognição. Isso mostra que não conseguimos minimizar a importância da religião e espiritualidade da nossa existência. Estamos falando agora de sentido de viver. Não é sobre curar um sentimento ou emoção com um remédio comprado na farmácia ou que se trata num consultório.
De forma ampla, podemos reconhecer a existência de, pelo menos, umas quinze religiões/doutrinas conhecidas mundialmente, sem contar as sub denominações e vertentes. Essa existência e prática, por parte dos fiéis, vem de históricos quase cinco mil anos atrás. O leitor, concordando ou não, deve reconhecer que muitos dos conceitos de ética, valores, princípios humanitários e senso de justiça que a humanidade conhece e pratica, advém da cultura religiosa e espiritual. Eis algumas características:
Busca por Significado e Propósito:
Conexão com Algo Maior:
Experiência do Sagrado:
Religião e Espiritualidade:
Essas características são alvos de estudo de quase todos os filósofos e pensadores conhecidos. Em todas as épocas existiram quem se debruçasse nas mais diversas escrituras e mistérios relacionados aos céus, astros, existência, etc. Sociedades e povos, em todos os quinhões do planeta deixaram seus registros acerca da mesma vontade inata de significado e propósito. Caro leitor, também pode ler outro artigo que escrevi sobre as diferenças e semelhanças entre religião e espiritualidade no blog (https://www.vejaclaramente.com.br/blog/publicacao/2280433/religiao-e-espiritualidade-compreendendo-as-diferencas-e-semelhancas).
Em resumo, a dimensão espiritual exerce uma influência profunda e positiva no bem-estar emocional e psicológico dos indivíduos, proporcionando uma base sólida para enfrentar estresses e adversidades com maior resiliência e otimismo. A busca por um propósito maior e a conexão com algo transcendente ajudam a manter o equilíbrio emocional, promovendo paz interior e satisfação pessoal. Além disso, explorar a dimensão espiritual incentiva o crescimento pessoal e a auto-reflexão, levando a uma maior compreensão de si mesmo e à realização de mudanças positivas na vida. A participação em práticas espirituais ou religiosas também cria um forte senso de pertencimento e comunidade, oferecendo suporte social e um sentimento de conexão com os outros, essencial para o fortalecimento de laços e apoio mútuo.
As crenças espirituais moldam valores e ética pessoal, orientando decisões e comportamentos de maneira alinhada com um propósito maior. Isso influencia como os indivíduos enfrentam dilemas morais e tomam decisões cotidianas. Além disso, experiências espirituais profundas, como o contato com o sagrado, podem provocar transformações significativas na percepção da vida, alterando prioridades e proporcionando uma visão mais enriquecedora e satisfatória.
Dimensão Social
A dimensão social envolve nossas interações e relacionamentos com os outros. Aristóteles afirmou que “o homem é um animal social”, indicando a necessidade intrínseca de pertencer a uma comunidade. Na modernidade, temos vários sociólogos, psicólogos e educadores que evidenciam a importância das relações sociais para a saúde mental e emocional. No meu ver, essa sim, é uma dimensão onde suas características são produtos diretos e indiretos das demais dimensões. Tudo o que o indivíduo pensa, sente, acredita, fala, pratica, mostra e expressa é para a sociedade, é para alguém de fora de si ou da sua própria “casa” ou “eu”.
O social se refere às nossas relações e interações com os outros. Esta dimensão abrange as relações com a família, amigos, colegas de trabalho e a comunidade em geral. É onde estamos vulneráveis aos relacionamentos com as mesmas dimensões dos outros indivíduos. As diferenças de conceitos e princípios vão se chocar mostrando as muitas personalidades das muitas pessoas. É o que eu gosto de chamar de: viver a vida de verdade, sair de casa, conversar e gerenciar conflitos o tempo todo. Significa sofrer as consequências das relações sociais, desde de forma exacerbadamente resposta quanto exageradamente isolada, com vivência social quase nula.
O isolamento social, exacerbado pela era digital, tem mostrado efeitos adversos significativos. Pesquisas indicam que a solidão pode ser tão prejudicial quanto o tabagismo, aumentando o risco de mortalidade prematura. Fortalecer as conexões sociais e desenvolver habilidades interpessoais são fundamentais para uma vida equilibrada e satisfatória.
De forma resumida, as relações sociais são fundamentais para o bem-estar e a satisfação pessoal, proporcionando suporte emocional, sentido de pertencimento e oportunidades para crescimento pessoal e profissional.
Conclusão
O Modelo Veja Claramente propõe uma abordagem holística para o autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, reconhecendo a interdependência das dimensões física, emocional, cognitiva, espiritual e social. Cada uma dessas dimensões desempenha um papel essencial na construção de uma vida equilibrada e significativa. Ao compreender e nutrir essas áreas, podemos cultivar um bem-estar integral, que não apenas nos permite alcançar nossos objetivos, mas também nos conecta a um propósito maior.
Este modelo nos lembra que o caminho para uma vida plena não é linear; ele exige a integração de diversas disciplinas e a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. À medida que avançamos em nossa jornada de autodescoberta, é fundamental refletir continuamente sobre nossas escolhas, ajustando nosso curso para garantir que cada dimensão seja atendida e fortalecida.
Nos próximos artigos, exploraremos os níveis tático e operacional do modelo, aprofundando-nos nos Fatores Cotidianos e nas Ferramentas de Transformação que podem nos guiar nessa jornada. Ao seguir este modelo, o objetivo final é ver claramente — tanto a nós mesmos quanto o mundo ao nosso redor — e, assim, viver com mais intencionalidade, equilíbrio e satisfação.
O Modelo é uma abstração de muitos anos estudando todo o tipo de conhecimento. Mesmo com tanta informação, não foi possível ter uma vida mais plena. Até que o sofrimento se tornou muito difícil de suportar.
O modelo ‘Veja Claramente’ é uma abordagem abrangente sobre desenvolvimento pessoal que criei, baseada em meus estudos e observações sobre minha própria vida e os eventos que nela ocorreram ao longo do tempo. Até há uns 10 anos atrás, eu ainda não havia parado para analisar minha vida de uma forma externa, observando todos os acontecimentos. Minhas ações, motivações, reações e consequências nunca tinham sido observadas de maneira integrada, como uma cadeia lógica de acontecimentos. Eu percebia tudo apenas com a visão do problema tratado no momento, e só isso. Problema após problema, eu resolvia ou tentava resolver tudo de forma isolada, com a informação que eu tinha no momento e pronto. Entre um problema e outro, só havia tempo para causar novos problemas ou piorar os já existentes.
Até aí, minha vida não foi diferente da vida da maioria das pessoas. A vida é um ciclo interminável de resolver problemas, não é mesmo? O porquê de tudo se perdeu em algum lugar da estrada ou em algum filme bacana, e vida que segue. Só que chegou um momento em que os problemas ficaram repetitivos demais. As pegadinhas da vida eram as mesmas e eu caía em todas, sem exceção. Por mais que eu estudasse e adquirisse instrução, nada mudava. Aprendia muitas coisas, mas a maneira de lidar com a vida e os problemas era a mesma. Chegou ao ponto de eu me olhar no espelho e fazer a triste pergunta: Qual é o seu problema?
Nesse momento, a dor interior é tão grande, pois pode-se encontrar desculpas e argumentos para qualquer acusação vinda de fora e feita por outras pessoas, mas quando é você mesmo que se acusa e aponta o dedo, não há o que esconder ou mentir. Você é o único culpado de fato por sua teimosia e até burrice mesmo. Foi o que aconteceu comigo e, então, parei para analisar as coisas direito.
Eu sempre estudei de tudo, era bom na escola e cheguei a transformar minha vida, até certo ponto, com meus estudos, mas não foi o suficiente. Estudei muitas coisas úteis, mas também muitas coisas que eu achava inúteis. Na verdade, percebi que o estudo das coisas deve ser focado e ter um propósito. Eu não fazia isso, só queria saber e conhecer o necessário para resolver um problema específico. Passar em provas, conseguir títulos, melhorar emprego e renda. Só serviu para isso. Estudar e aprender apenas para resolver pendências pontuais e urgentes não me permitiu usar o conhecimento para progredir e enxergar melhor a vida e o meu lugar nela. Só serviu para me tornar uma esponja de informação, porém, sem nenhum resultado prático transformador de vida.
Foi quando percebi, enquanto fazia uma análise da vida, sobre o que eu sabia, sobre como eu aprendi e sobre onde eu usava o conhecimento, que entendi que a instrução que eu havia adquirido, até então, estava sendo usada de forma errada, de forma isolada do mundo, um mundo em que nada existe de forma isolada; tudo está relacionado de muitas maneiras; todo tipo de conhecimento se complementa e nenhuma das ciências ou saberes são excludentes entre si.
Percebi claramente que não existe conhecimento inútil, existe sim, aplicação inútil de conhecimento. Saberes naturais, sociais, formais; todo o conhecimento aplicado, saberes tradicionais, espirituais, religiosos e todo o conhecimento gerado desses são conhecimentos que servem para que a humanidade seja mais do que foi antes deles.
Ficou evidente também que há lógica de uso e utilidade em todo o conhecimento, e essa lógica aponta para o indivíduo detentor do conhecimento. Para tentar explicar isso, aponto o fato de que, atualmente, ninguém nega o avanço das ciências e dos saberes em todas as áreas da vida e das coisas do mundo. No entanto, parece que a humanidade ou sociedade não apresenta sabedoria a ponto de poder apreciar uma vida mais plena. Ou seja, a inteligência social e emocional geral parece não acompanhar a proporção de informação e conhecimento disponível. Eu só consigo pensar que o problema esteja no uso inadequado que o indivíduo faz do conhecimento que adquire.
Dessa forma, concluo que já existe disponível no mundo todo o conhecimento necessário para que o indivíduo possa se tornar mais do que um mero resolvedor de problemas pontuais e corriqueiros. Não que não seja necessário resolver esses problemas, mas é que a vida do indivíduo deve ser maior que isso. Sua vida deve ser mais do que saber abrir uma garrafa da maneira correta, saber ligar o carro do jeito certo, ou saber 10 formas de agradar as pessoas.
Uma vez que entendi isso, reformulei tudo o que já tinha estudado anteriormente. Juntei matérias de escola, de cursos preparatórios, faculdades, especializações, livros, revistas, filmes, séries… até mesmo muita sabedoria popular. Tentei fazer um apanhado sobre tudo que já tive acesso e identifiquei o que eu, como indivíduo, poderia fazer para dar um maior sentido lógico à minha vida. Usei toda minha referência possível de conhecimento. Assim, cheguei no modelo que chamei de ‘Veja Claramente’, pois foi como se uma voz me sussurrasse ao ouvido exatamente estas palavras: Todo ser humano é constituído de cinco dimensões maiores, cinco fatores cotidianos e quatro são as ferramentas de transformação que ele pode utilizar para mudar sua existência.
As dimensões são: Física, Espiritual, Cognitiva, Emocional e Social. Dependendo da fonte onde se busca, pode-se encontrar até mais de cinco dimensões ou até menos. No entanto, identifiquei que diferentes nomenclaturas tratam dos mesmos domínios das dimensões. Ter aprendido sobre as dimensões significa que o indivíduo identificou suas colunas bases e os alicerces da sua existência, e o que ele deve perceber e buscar equilíbrio. Essas dimensões não são separadas, mas influenciam e são influenciadas umas pelas outras durante a vida toda. Ignorar uma em detrimento de outra não será boa coisa. Desde a saúde física até a existência em comunidade são regidos por essas dimensões.
Os fatores cotidianos são aspectos da vida diária que podem influenciar o dia a dia do indivíduo de forma a afetar diretamente suas decisões, influenciando ações e reações diárias cujas consequências podem ser determinantes, tanto de forma negativa quanto de forma positiva. Eles são cinco fatores: Pessoais, Profissionais, Familiares, Financeiros e de Crenças. Se os fatores não forem bem trabalhados e evoluídos, pode ter certeza que as dimensões ficarão desequilibradas, trazendo sofrimento e instabilidades. Questões pessoais, relações com a família, conflitos de trabalho e entendimento sobre dinheiro são características a serem trabalhadas nos fatores do cotidiano.
Por fim, temos o que eu chamo de ferramentas de transformação. São elas a filosofia, a psicologia, a religião/espiritualidade e o estoicismo. As ferramentas são o conjunto de conhecimentos e saberes, já disponíveis no mundo, de forma ampla e gratuita. Não se tratam de coisas novas, e sim, de conhecimentos milenares e provados ao longo dos séculos. Com essas ferramentas, o indivíduo conhecerá os princípios fundamentais da existência, saberá tudo sobre o comportamento humano, suas causas e efeitos, poderá encontrar respostas e até propósito, enquanto aprende sobre virtudes e comportamentos que, com certeza, mudarão sua perspectiva de vida. E certamente viverá melhor.
Este é o modelo que denominei ‘Veja Claramente’. Significa que se o indivíduo perceber que estudar e conhecer bem as ferramentas de transformação, aprenderá sobremaneira sobre o que constitui seu ser. Ou seja, saberá que sua existência é o domínio e equilíbrio das suas dimensões. Mantendo-as equilibradas, terá condições plenas de determinar como trabalhar e agir com os fatores cotidianos e, com isso, irá diminuir muito a quantidade e a complexidade de seus problemas. Consequentemente, verá claramente seus obstáculos, irá dimensioná-los melhor e terá mais subsídios para enfrentá-los.
O modelo ‘Veja Claramente’ é um modelo de estudo proposto para todos que querem focar em uma trilha de conhecimentos a serem adquiridos com o objetivo principal de buscar o autoconhecimento e, a partir daí, buscar o desenvolvimento pessoal, de forma cíclica e contínua. O modelo propõe utilizar o conhecimento milenar já disponível para atingir os objetivos mais rapidamente, pois já se identifica nele – o modelo, uma lógica de uso útil do conhecimento focado no indivíduo. Uma vez que o indivíduo adquire o conhecimento, ele adquire também as habilidades para mudar sua vida e sua história.
Em breve, em outros artigos, vou detalhar mais cada componente do modelo, indicando o propósito proposto, que é servir de uma espécie de guia, para que o indivíduo não se perca em uma vasta imensidão de conhecimentos e ciências, o que pode levar ao cansaço na busca por respostas e por uma vida melhor.