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Modelo Veja Claramente Parte 1: O que é modelo, para que serve e por que ele

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O Modelo é uma abstração de muitos anos estudando todo o tipo de conhecimento. Mesmo com tanta informação, não foi possível ter uma vida mais plena. Até que o sofrimento se tornou muito difícil de suportar.

O modelo ‘Veja Claramente’ é uma abordagem abrangente sobre desenvolvimento pessoal que criei, baseada em meus estudos e observações sobre minha própria vida e os eventos que nela ocorreram ao longo do tempo. Até há uns 10 anos atrás, eu ainda não havia parado para analisar minha vida de uma forma externa, observando todos os acontecimentos. Minhas ações, motivações, reações e consequências nunca tinham sido observadas de maneira integrada, como uma cadeia lógica de acontecimentos. Eu percebia tudo apenas com a visão do problema tratado no momento, e só isso. Problema após problema, eu resolvia ou tentava resolver tudo de forma isolada, com a informação que eu tinha no momento e pronto. Entre um problema e outro, só havia tempo para causar novos problemas ou piorar os já existentes.

Até aí, minha vida não foi diferente da vida da maioria das pessoas. A vida é um ciclo interminável de resolver problemas, não é mesmo? O porquê de tudo se perdeu em algum lugar da estrada ou em algum filme bacana, e vida que segue. Só que chegou um momento em que os problemas ficaram repetitivos demais. As pegadinhas da vida eram as mesmas e eu caía em todas, sem exceção. Por mais que eu estudasse e adquirisse instrução, nada mudava. Aprendia muitas coisas, mas a maneira de lidar com a vida e os problemas era a mesma. Chegou ao ponto de eu me olhar no espelho e fazer a triste pergunta: Qual é o seu problema?

Nesse momento, a dor interior é tão grande, pois pode-se encontrar desculpas e argumentos para qualquer acusação vinda de fora e feita por outras pessoas, mas quando é você mesmo que se acusa e aponta o dedo, não há o que esconder ou mentir. Você é o único culpado de fato por sua teimosia e até burrice mesmo. Foi o que aconteceu comigo e, então, parei para analisar as coisas direito.

Eu sempre estudei de tudo, era bom na escola e cheguei a transformar minha vida, até certo ponto, com meus estudos, mas não foi o suficiente. Estudei muitas coisas úteis, mas também muitas coisas que eu achava inúteis. Na verdade, percebi que o estudo das coisas deve ser focado e ter um propósito. Eu não fazia isso, só queria saber e conhecer o necessário para resolver um problema específico. Passar em provas, conseguir títulos, melhorar emprego e renda. Só serviu para isso. Estudar e aprender apenas para resolver pendências pontuais e urgentes não me permitiu usar o conhecimento para progredir e enxergar melhor a vida e o meu lugar nela. Só serviu para me tornar uma esponja de informação, porém, sem nenhum resultado prático transformador de vida.

Foi quando percebi, enquanto fazia uma análise da vida, sobre o que eu sabia, sobre como eu aprendi e sobre onde eu usava o conhecimento, que entendi que a instrução que eu havia adquirido, até então, estava sendo usada de forma errada, de forma isolada do mundo, um mundo em que nada existe de forma isolada; tudo está relacionado de muitas maneiras; todo tipo de conhecimento se complementa e nenhuma das ciências ou saberes são excludentes entre si.

Percebi claramente que não existe conhecimento inútil, existe sim, aplicação inútil de conhecimento. Saberes naturais, sociais, formais; todo o conhecimento aplicado, saberes tradicionais, espirituais, religiosos e todo o conhecimento gerado desses são conhecimentos que servem para que a humanidade seja mais do que foi antes deles.

Ficou evidente também que há lógica de uso e utilidade em todo o conhecimento, e essa lógica aponta para o indivíduo detentor do conhecimento. Para tentar explicar isso, aponto o fato de que, atualmente, ninguém nega o avanço das ciências e dos saberes em todas as áreas da vida e das coisas do mundo. No entanto, parece que a humanidade ou sociedade não apresenta sabedoria a ponto de poder apreciar uma vida mais plena. Ou seja, a inteligência social e emocional geral parece não acompanhar a proporção de informação e conhecimento disponível. Eu só consigo pensar que o problema esteja no uso inadequado que o indivíduo faz do conhecimento que adquire.

Dessa forma, concluo que já existe disponível no mundo todo o conhecimento necessário para que o indivíduo possa se tornar mais do que um mero resolvedor de problemas pontuais e corriqueiros. Não que não seja necessário resolver esses problemas, mas é que a vida do indivíduo deve ser maior que isso. Sua vida deve ser mais do que saber abrir uma garrafa da maneira correta, saber ligar o carro do jeito certo, ou saber 10 formas de agradar as pessoas.

Uma vez que entendi isso, reformulei tudo o que já tinha estudado anteriormente. Juntei matérias de escola, de cursos preparatórios, faculdades, especializações, livros, revistas, filmes, séries… até mesmo muita sabedoria popular. Tentei fazer um apanhado sobre tudo que já tive acesso e identifiquei o que eu, como indivíduo, poderia fazer para dar um maior sentido lógico à minha vida. Usei toda minha referência possível de conhecimento. Assim, cheguei no modelo que chamei de ‘Veja Claramente’, pois foi como se uma voz me sussurrasse ao ouvido exatamente estas palavras: Todo ser humano é constituído de cinco dimensões maiores, cinco fatores cotidianos e quatro são as ferramentas de transformação que ele pode utilizar para mudar sua existência.

As dimensões são: Física, Espiritual, Cognitiva, Emocional e Social. Dependendo da fonte onde se busca, pode-se encontrar até mais de cinco dimensões ou até menos. No entanto, identifiquei que diferentes nomenclaturas tratam dos mesmos domínios das dimensões. Ter aprendido sobre as dimensões significa que o indivíduo identificou suas colunas bases e os alicerces da sua existência, e o que ele deve perceber e buscar equilíbrio. Essas dimensões não são separadas, mas influenciam e são influenciadas umas pelas outras durante a vida toda. Ignorar uma em detrimento de outra não será boa coisa. Desde a saúde física até a existência em comunidade são regidos por essas dimensões.

Os fatores cotidianos são aspectos da vida diária que podem influenciar o dia a dia do indivíduo de forma a afetar diretamente suas decisões, influenciando ações e reações diárias cujas consequências podem ser determinantes, tanto de forma negativa quanto de forma positiva. Eles são cinco fatores: Pessoais, Profissionais, Familiares, Financeiros e de Crenças. Se os fatores não forem bem trabalhados e evoluídos, pode ter certeza que as dimensões ficarão desequilibradas, trazendo sofrimento e instabilidades. Questões pessoais, relações com a família, conflitos de trabalho e entendimento sobre dinheiro são características a serem trabalhadas nos fatores do cotidiano.

Por fim, temos o que eu chamo de ferramentas de transformação. São elas a filosofia, a psicologia, a religião/espiritualidade e o estoicismo. As ferramentas são o conjunto de conhecimentos e saberes, já disponíveis no mundo, de forma ampla e gratuita. Não se tratam de coisas novas, e sim, de conhecimentos milenares e provados ao longo dos séculos. Com essas ferramentas, o indivíduo conhecerá os princípios fundamentais da existência, saberá tudo sobre o comportamento humano, suas causas e efeitos, poderá encontrar respostas e até propósito, enquanto aprende sobre virtudes e comportamentos que, com certeza, mudarão sua perspectiva de vida. E certamente viverá melhor.

Este é o modelo que denominei ‘Veja Claramente’. Significa que se o indivíduo perceber que estudar e conhecer bem as ferramentas de transformação, aprenderá sobremaneira sobre o que constitui seu ser. Ou seja, saberá que sua existência é o domínio e equilíbrio das suas dimensões. Mantendo-as equilibradas, terá condições plenas de determinar como trabalhar e agir com os fatores cotidianos e, com isso, irá diminuir muito a quantidade e a complexidade de seus problemas. Consequentemente, verá claramente seus obstáculos, irá dimensioná-los melhor e terá mais subsídios para enfrentá-los.

O modelo ‘Veja Claramente’ é um modelo de estudo proposto para todos que querem focar em uma trilha de conhecimentos a serem adquiridos com o objetivo principal de buscar o autoconhecimento e, a partir daí, buscar o desenvolvimento pessoal, de forma cíclica e contínua. O modelo propõe utilizar o conhecimento milenar já disponível para atingir os objetivos mais rapidamente, pois já se identifica nele – o modelo, uma lógica de uso útil do conhecimento focado no indivíduo. Uma vez que o indivíduo adquire o conhecimento, ele adquire também as habilidades para mudar sua vida e sua história.

Em breve, em outros artigos, vou detalhar mais cada componente do modelo, indicando o propósito proposto, que é servir de uma espécie de guia, para que o indivíduo não se perca em uma vasta imensidão de conhecimentos e ciências, o que pode levar ao cansaço na busca por respostas e por uma vida melhor.

Por Rod (Veja Claramente)