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Saúde e Bem-estar não são mais suficientes para o desenvolvimento pessoal 

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O desenvolvimento pessoal é uma jornada multidimensional que envolve a busca contínua pelo aprimoramento das capacidades físicas, emocionais, cognitivas, espirituais e sociais. Lendo assim entende-se que nada mudou e que ter saúde física, mental e ter bom relacionamento com amigos e escola está tudo bem, certo? Errado. Não consigo ver mais dessa forma.

Em meio a essa complexidade dos conceitos, é claro que se perguntar para qualquer pessoa, a saúde se sobressai como um pilar fundamental. O mundo ao seu redor prova que as práticas voltadas para o bem-estar físico estão em alta, tanto que nunca se viu tantas academias por aí, todas lotadas, indicando que ter um corpo bonito parece essencial para um desenvolvimento pessoal efetivo. Sabe o que é estranho? Muita gente bonita fisicamente e fracassada de muitas maneiras. O que há de errado então?

Neste artigo vamos explorar um pouco sobre a relação entre bem-estar, saúde e desenvolvimento pessoal, focando na aparente insuficiência de ser saudável e bonito. Parece-me que as pessoas anseiam ter, ou ser, um pouco mais que isso. Vou inserir outros fatores como: dinheiro, trabalho, inteligência e um pouco de equilíbrio.

Figura 1 – Ser bonito é suficiente?

A história do desenvolvimento pessoal remonta aos filósofos da Grécia Antiga, como Sócrates, Platão e Aristóteles, que enfatizavam a importância do autoconhecimento e da vida virtuosa para o florescimento humano. Perceba a filosofia aparecendo novamente na vanguarda do assunto. Já reparou que sempre há um filósofo envolvido? Pois é. Note o termo “vida virtuosa”, ele aponta para onde quero chegar. Seguimos.

No oriente, mestres como Confúcio e Siddhartha Gautama (Buda) também abordaram o aprimoramento pessoal, relacionando-o com a moralidade, a meditação e a harmonia interior. A Renascença e a Idade Moderna trouxeram uma revitalização desses conceitos através do humanismo, com pensadores como Erasmo de Roterdã e, posteriormente, com a psicologia moderna de Sigmund Freud e Carl Jung, que exploraram o inconsciente e o crescimento espiritual.

Saúde é o que interessa e o resto não tem pressa. Será?

Tradicionalmente, o desenvolvimento pessoal sempre esteve intimamente ligado à saúde e ao bem-estar. Isso engloba aptidão física, saúde mental e melhora no estilo de vida. Traduz-se no provérbio: corpo são, mente sã. As duas coisas trarão vida boa. Observe que corpo e mente saudáveis são causas de uma vida boa, que é a consequência. Não preciso explicitar que, na Lei de causa e efeito, se as causas forem modificadas, trocadas ou até mesmo extintas, a consequência esperada ou efeito não existirá mais de acordo com as causas, ou seja, o produto será diferente.

Como já dito no exemplo das academias, a aptidão física já foi atingida pelas pessoas, isso é louvável e digno de parabéns! Mas sejamos direto. De forma simples e sem dificuldade nenhuma de constatar, temos de fato muita gente bonita (corpo modelado), porém meio tapada (incapacidade de percepção da realidade), desequilibrada (talvez de causa hormonal alterada), doente (narcisismo ou síndrome de autoimagem), sem educação (se bem que essa aqui é geral para feios e bonitos) e mais um monte de coisa estúpida (tanta coisa que já podem criar um partido político).

Óbvio que eu não vou generalizar, conheço pessoas que entendem seus corpos como a base para a saúde para receber conhecimento e valor, e não fazem culto ao corpo, como a maioria faz. Se você duvida, saia de casa, vá nas academias, observe o movimento. Depois registre bem como é conviver com muitas das pessoas da geração saúde, dos procedimentos estéticos e das fotinhas para Instagram. Observe algumas delas no trabalho ou converse com elas em um ônibus, metrô ou em algum bar ou balada. Tenho certeza que vai perceber que falta algo e vai conseguir perceber que poucas estão no caminho do autoconhecimento e muitos estão no caminho da santificação e adoração de seus corpos como algo divino que todos devem admirar e perseguir como a última salvação. Isso é que é virtude!! Por isso Gandhi era tão malhado e fazia dieta low carb (não contém ironia).

Eu não quero focar neste grupo, até porque, mesmo estando convencido de que se trata do grupo maior, sei também que as pessoas que vêm no corpo a base para a saúde, e que entendem que a mente inteligente e capaz é o que pode proporcionar vida boa, essas pessoas são os moldes a serem seguidos. Seu comportamento pessoal e social as diferenciam muito do primeiro grupo, apesar de estarem no mesmo ambiente. 

Na verdade, para indicar a existência do primeiro grupo eu poderia relacionar os risíveis números educacionais, de leitura, de violência, de trabalho, emprego e de renda do país, que conta com a geração jovem mais bonita e malhada que já se viu, para subsidiar minha linha de raciocínio, não para provar algo, mas só para margear a questão.  Seria interessante. Mas vamos considerar, então, o outro grupo, das pessoas jovens, lindas, malhadas, inteligentes, produtivas e prósperas, no sentido total dado pela OMS logo abaixo. Estas sim, me parecem estar verdadeiramente à procura de algo mais que beleza física.

Figura 2 – Beleza física não é nada sem uma vida virtuosa.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, destacando sua importância integral no desenvolvimento humano. Temos um problema aqui, pois as pessoas estão bonitas fisicamente, mas estão com o mental abalado por todos os transtornos e traumas imagináveis e o social em baixa, pois faltam habilidades relacionadas à inteligência e cultura necessárias (se já assistiu a algum reality show, sabe do que estou falando). O campo social também exige, a certo modo, que se tenha um trabalho ou profissão honrosa e edificante que possibilite condições financeiras suficientes para “estar” em sociedade com um pouco de qualidade, é claro.

Entenda que a qualidade social que menciono aqui é no sentido de poder de fato ir a cinemas, teatros, desfrutar de lazer com amigos e família; ou qualquer outra atividade social edificante, só citei alguns exemplos. Isso é vida social, ou mesmo, estado social de qualidade. Se você não tem condição alguma de desfrutar de coisas assim, perceba que você não vive socialmente, você apenas existe em um mundo social e, mesmo assim, você sobrevive como um animal na jaula, apenas isso. Ter condições e optar por não estar em sociedade é uma coisa. Não estar em sociedade porque não tem condições nenhuma, é outra coisa bem diferente e triste.

Com que expomos até agora, já é possível perceber o que falta para que todos nós possamos acessar, de fato, um desenvolvimento pessoal efetivo. Beleza já não é mais suficiente. Talvez, a beleza e saúde juntos, também não sejam mais os alvos a serem alcançados. Não é só isso que interessa. Existe sim pressa para atingir o que está faltando, e já dá pra saber o que é. Vamos revisitar os termos destacados anteriormente aqui no texto:

  • vida virtuosa;
  • moralidade;
  • meditação; 
  • harmonia; 
  • estilo de vida.

Lendo essa lista de destaques, com certeza o amigo leitor vai dizer: “mas sempre foi isso, você está sendo redundante, é isso que significa saúde e bem-estar”. Certo. Mas vamos estreitar mais o significado dessas palavras? Não é justo generalizar o que elas representam até chegar ao ponto de simplificar e reduzir todas elas a um simples bem-estar, que por si só, é um significado muito vago. Muitas vezes eu sinto bem-estar, sentado no vaso de manhã, assistindo a vídeos de aviação no Youtube, e isso não tem nada de virtuoso, moral e não é um estilo de vida a ser seguido.

Eu olho pra essa lista e entendo que as pessoas que estão buscando ou querem buscar estes conceitos, querem mesmo é uma vida completamente diferente das pessoas que descrevi no início (as adoradoras de corpos). Me parece que elas querem ser inteligentes, aprender sobre uma verdade fática, querem ser melhores a partir de uma moral também fática e observável. Elas querem ter equilíbrio em suas vidas financeiras, querem meditar sobre filosofia, psicologia e resolver, de fato e eficientemente, seus problemas do dia a dia e da vida como um todo. Eu consigo até sentir que elas querem conhecimento para reconstruir suas bases familiares, espirituais e religiosas. Enfim, dá pra perceber que saúde e bem-estar não irão fazer sentido se o indivíduo não obter as habilidades necessárias para SER um humano útil e, consequentemente, SER um humano de verdade.

Não sei dizer ao certo sobre as estatísticas reais relacionadas sobre o assunto, mas percebo que ser apenas um rostinho bonito vem perdendo, a passos curtos e lentos, é claro, a relevância. Com a modernidade tecnológica e o acesso irrestrito à informação, as pessoas estão conhecendo também outras culturas e realidades. Mudanças dramáticas estão acontecendo e podem ser percebidas bem de perto, e isso trouxe a necessidade de ser mais e saber mais que agora para não “sobreviver em jaulas”.

Para que este artigo não fique cansativo, vamos explorar quais são os outros fatores necessários para o desenvolvimento pessoal em outro artigo chamado “O que mais é preciso para o desenvolvimento pessoal?”. Aqui, abordamos a problemática de simplesmente ter beleza física e não possuir saúde mental e emocional. O tema é extenso  e aberto a diversas interpretações, mas acho que podemos identificar um bom termo.

Até a próxima!

Por Rod (Veja Claramente)


Autoconhecimento: Caminho para uma Vida Plena

mulher e homem trabalhando

O autoconhecimento é realmente algo importante? Não se trata apenas de um papo de autoajuda ou algo pejorativo. Neste artigo perceberá que é muito mais importante que você imagina.

Pode dizer a verdade. Essa conversa sobre autoconhecimento já deve estar cansativa, certo? Mas já se perguntou o porquê de se falar tanto sobre isso? Talvez não seja tão óbvio, mas esse tema está mais atual que nunca. Antigamente esse assunto parecia ser apenas assunto de filósofo e de autoajuda. Agora é geral, todos parecem estar perdidos em si e na sociedade e esse fato coloca holofotes enormes sobre a necessidade de se autoconhecer. Vamos falar um pouco disso.

O autoconhecimento é o processo de compreender a si mesmo, incluindo os próprios pensamentos, emoções, motivações, valores e comportamentos. Esse processo envolve tanto a autorreflexão quanto a observação crítica das experiências e das reações emocionais, proporcionando uma visão mais clara de quem realmente somos.

Como Carl Jung, um dos mais influentes psicólogos do século XX, afirmou:

“Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro, desperta.”

A busca pelo autoconhecimento tem se tornado tema central para o desenvolvimento humano atualmente e tem raízes profundas na história da humanidade. Filósofos e pensadores antigos já consideravam a importância de conhecer a si mesmo numa jornada complexa, mas essencial para qualquer indivíduo que busque crescimento e realização.

Sócrates, um dos pais da filosofia ocidental, cunhou a famosa máxima “Conhece-te a ti mesmo”, que destaca a relevância do autoconhecimento na busca pela sabedoria.

Figura 1 – Sócrates

A busca pelo autoconhecimento não é coisa nova, como sabemos. Na Antiguidade, essa busca também era observada nas tradições orientais. No budismo, a meditação era e continua sendo utilizada para alcançar a introspecção e a compreensão das próprias emoções e pensamentos. A prática do Yoga na Índia também se concentrou e se concentra no autoconhecimento como um caminho para a iluminação espiritual.

A filosofia e a religião, cada uma em seu contexto e perspectiva, convergem na ênfase do autoconhecimento como um caminho essencial para a sabedoria, a virtude e a realização espiritual. Enquanto os filósofos abordam o autoconhecimento como um meio para a sabedoria e a vida ética, as tradições religiosas o veem como um caminho para a comunhão divina e o crescimento moral. Em ambos os campos, conhecer a si mesmo é visto como fundamental para entender o mundo ao redor e nosso lugar nele.

Dado essa visão mais religiosa e filosófica, talvez ainda tenha restado um pouco de dúvidas sobre para que serve e qual a importância do autoconhecimento. Bem, identificar essa utilidade, em termos de pensar sobre o “SER” como um indivíduo no mundo e a importância “ESPIRITUAL” que dá o sentido de existência para muitas das pessoas, abarca dois grupos não tão distintos assim.

O primeiro grupo de indivíduos acredita que são seres existentes e independentes, do mundo real e material, que pelo simples fato de existirem na matéria já é suficiente a necessidade de conhecimento próprio. O segundo grupo, dos religiosos ou espiritualistas, além de possuírem a mesma necessidade do primeiro grupo – existem no mundo material, ainda precisam de propósito divino, espiritual ou transcendente diretamente associado à existência material. Nos dois grupos, percebe-se a necessidade comum de se conhecer, ou seja, de autoconhecimento como primeiro passo em qualquer direção que seja boa.

Essa seria uma visão geral sobre o autoconhecimento sob a ótica filosófica e espiritual, religiosa. No entanto, hoje em dia há uma visão de propósito menos conceitual ou de comportamento de alto nível. Agora temos o termo ligado diretamente ao comportamento cotidiano das pessoas. Não se trata agora apenas de saber sobre o ser humano e sua existência em sentido amplo, agora se trata da pessoa com seu trabalho, a eficiência corporativa, o corpo, a mente, a saúde e a convivência na sociedade moderna.

O autoconhecimento é, mais que nunca, uma exploração íntima e honesta de quem somos – nossos pontos fortes e fracos, nossos valores e crenças, e nossas motivações e desejos mais profundos. Agora não só em termos contemplativos de grandes questões morais ou éticas, a necessidade agora é a prática diária para resolver problemas do dia a dia.

A prática do autoconhecimento, na visão moderna, também tem diversos benefícios. Ela nos ajuda a:

Tomar Decisões Mais Conscientes (Fatores Pessoais do Cotidiano): Quando conhecemos nossas motivações e valores e princípios, tomamos decisões mais alinhadas com quem realmente somos. Decisões baseadas em um entendimento profundo de si próprio são mais assertivas e levam a menores arrependimentos. Uma falta de autoconhecimento pode resultar em decisões impulsivas ou desalinhadas com a verdadeira essência do indivíduo.

Todos os dias, ao sair de casa, toda pessoa lida com fatores pessoais, familiares, financeiros, trabalho e crenças. Mesmo que se viva sozinho em uma casa, pelo menos com os fatores pessoais terá que lidar e resolver. A forma de entender a relação entre esses fatores, considerar seus princípios e agir consigo mesmo e socialmente definirá como vai ser seu dia e sua vida até. Decisões mais assertivas e menos arrependimentos.

Autogerenciamento: Conhecer-se bem permite gerenciar melhor as próprias emoções e reações, evitando comportamentos autossabotadores e promovendo a resiliência diante das adversidades. Direcionamento claro significa metas alinhadas aos valores genuínos.

Melhorar Relacionamentos (Dimensão social é fundamental): Ao compreender nossas emoções e reações, nos tornamos mais empáticos e melhores comunicadores.

Uma das dimensões do qual todo indivíduo é feito é a social. Somos seres sociais, querendo ou não, gostando ou não. Não se conhecer, certamente trará problemas nos relacionamentos, inclusive intrapessoal. O autoconhecimento te dará uma personalidade mais eficiente, formada e estável, e isso te dará confiança e não tenha dúvidas que irá melhorar os relacionamentos. As pessoas sempre tentam se achegar a pessoas mais centradas. Isso diminui riscos de arrependimentos, más companhias e todo tipo de desafeto. Relações conflituosas sempre trazem dificuldades em comunicação e conflitos interpessoais.

Aumentar a Resiliência: O autoconhecimento nos equipara para lidar melhor com desafios e adversidades (A resiliência tem tudo a ver com o que é preciso desenvolver para amenizar os fatores do cotidiano), pois reconhecemos nossos pontos fortes e fracos.

Martin Seligman, um dos fundadores da psicologia positiva, argumenta que a autoconsciência é crucial para o bem-estar e a felicidade.

Figura 2 – Autogerenciamento e decisões mais conscientes

Reconhecidos os benefícios claros do autoconhecimento para os dias atuais e já sabendo o que ele representa no conceito filosófico/religioso, pode-se ainda simplesmente levantar o argumento que ainda não é tão importante assim. Certo, claro que pode, sem problemas. As pessoas têm o direito de ser ou fazer o que quiserem, inclusive esta é uma característica da sociedade moderna, principalmente a sociedade ocidental. Mas suponhamos que não queremos conhecer a nós mesmos, então vamos conhecer o que, efetivamente, acontece quando o indivíduo escolhe esse lado.

Falhar em desenvolver um senso agudo de autoconhecimento pode ter várias consequências negativas:

Estratégias de Desenvolvimento Ineficazes: Sem uma compreensão clara de onde estão as próprias limitações e pontos fortes, é difícil adotar estratégias de desenvolvimento que realmente funcionem. Por exemplo, investir em habilidades que não são relacionadas aos seus talentos naturais pode levar a frustração e desânimo.

Relações Pessoais e Profissionais Conflituosas: A falta de autoconhecimento pode resultar em dificuldades de comunicação e conflitos interpessoais. Não entender suas próprias emoções e motivações torna mais difícil entender e navegar as emoções dos outros, o que é um requisito para relacionamentos saudáveis.

Estresse e Ansiedade Aumentados: Sem uma bússola interna clara, o indivíduo pode se sentir perdido e reagir com ansiedade e estresse. Isso pode levar a uma sensação de vazio e insatisfação constante.

Estamos no ano de 2024 e a pergunta é: consegue ou não observar uma das três consequências citadas no seu ambiente? Acontece com você? Com alguém que conheça? Algum conflito que valha a pena dizer que acontece porque as pessoas simplesmente não têm conhecimento de si próprias?

Se você tivesse mesmo um bom autoconhecimento teria mesmo feito o que fez outro dia?

Continuando a visão moderna sobre a importância do autoconhecimento, é conveniente identificar duas estradas aqui para explorar: a primeira sobre como as transformações tecnológicas trouxeram mais informações acessíveis e gratuitas de forma maciça, porém, trouxeram também mais ansiedade e problemas de decisão, ou outros tipos de problemas que desnorteiam a cabeça das pessoas. A segunda estrada fala sobre a melhora na oferta de informação, ferramentas, tratamentos e tecnologias que permitem que o autoconhecimento seja, simplesmente, colocado na vida das pessoas de forma fácil, rápida e descomplicada.

A vida moderna trouxe complicações de convivência social, porém, trouxe também ferramentas e informação para facilitar a tomada de decisão e a mudança.

Com o advento das tecnologias modernas e a transformação digital, o contexto do autoconhecimento sofreu mudanças significativas. Hoje, as ferramentas digitais oferecem novas maneiras de autoexploração e autoconhecimento.

Aplicativos de Meditação e Mindfulness: Apps como Headspace e Calm guiam usuários através de práticas de mindfulness que promovem a introspecção.

Wearables e Monitoramento de Saúde: Relógios inteligentes e outros dispositivos monitoram padrões de sono, níveis de atividade e até mesmo variabilidade da frequência cardíaca, fornecendo dados valiosos sobre nosso estado físico e mental.

Redes Sociais e Reflexão Pessoal: Embora as redes sociais possam causar certo impacto negativo na autoconsciência (devido a comparações e feedback contínuo), elas também fornecem um espaço para expressão e reflexão pessoal.

A busca por autoconhecimento em meio ao avanço tecnológico destaca uma nova necessidade humana: equilibrar a autoexploração digital com práticas tradicionais de introspecção.

Vários autores destacaram a importância do autoconhecimento em suas obras:

Carl Rogers: Considerado um dos pioneiros da Psicologia Humanista, Rogers enfatizou o conceito de “self-actualization” e como a autoexploração é essencial para alcançar o potencial pessoal, defende que o autoconhecimento é essencial para a auto-realização e o crescimento pessoal.

Daniel Goleman: Em seu livro “Emotional Intelligence”, Goleman discute como a autoconsciência é uma das bases componentes chave da inteligência emocional, que é crucial para o sucesso pessoal e profissional. A Inteligência emocional tem tido grande importância, sendo considerada a mais importante das inteligências. Tanto que hoje em dia, muitos consideram este tipo de inteligência até mais importante que o conceito de mensuração da inteligência conhecida de QI.

Com isso,mais uma vez vem à mente a mesma questão. Se a inteligência emocional é tão importante, e sabendo que o termo “Emocional” traz uma grande complexidade de compreensão, como o autoconhecimento pode ser deixado de lado a ponto de alguém escolher não o implementar em sua própria vida? Ser inteligente não é mais importante? Ou minha inteligência não precisa de autoconhecimento?

Eckhart Tolle: No livro “O Poder do Agora”, Tolle aborda a importância de estar presente e observar os próprios pensamentos como uma forma de autoconhecimento.

Observe algumas ferramentas e técnicas para desenvolver o autoconhecimento. Perceba que podem ser empregadas tanto em nível institucional, quanto organizacional e pessoal. São ferramentas aplicadas na administração há décadas, por exemplo:

Análise de Forças e Fraquezas (SWOT pessoal): Identificar suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças pode fornecer um mapa claro de onde você está e onde deseja estar.

Journaling (Escrita Reflexiva): Manter um diário sobre suas experiências, emoções e pensamentos pode ajudá-lo a observar padrões e ganhar insights sobre si mesmo.

Feedback de Outros: Buscar feedback construtivo de pessoas próximas pode oferecer perspectivas externas que muitas vezes não enxergamos em nós mesmos.

Mindfulness e Meditação: Estas práticas ajudam a conectar-se com o momento presente e a observar seus pensamentos e emoções sem julgamento, promovendo uma maior autoconsciência.

Figura 3 – Autoconhecimento em nível corporativo.

O autoconhecimento é um processo contínuo e transformador, essencial para o crescimento pessoal e a felicidade. Em um mundo cada vez mais digital e acelerado, encontrar tempo e métodos para cultivar o autoconhecimento é crucial para manter o equilíbrio e a realização. Grandes pensadores e as novas tecnologias oferecem uma variedade de recursos para essa jornada, cabendo a cada indivíduo encontrar seu próprio caminho.

Conhecer a si próprio, primeiro, é o fundamento sobre o qual todo o desenvolvimento pessoal deve ser construído. Sem uma compreensão clara de nossos próprios pensamentos, emoções e motivações, somos como barcos à deriva, guiados pelas correntes circunstanciais ao invés de por um rumo claro e intencional. Investir em autoconhecimento não é um luxo, é uma necessidade para qualquer pessoa que busca viver uma vida autêntica, satisfatória e bem-sucedida.

Referências:

Jung, C. G. (1964). Man and His Symbols. Seligman, M. E. P. (2002). Authentic Happiness: Using the New Positive Psychology to Realize Your Potential for Lasting Fulfillment. Goleman, D. (1995). Emotional Intelligence: Why It Can Matter More Than IQ. Tolle, E. (1997). The Power of Now: A Guide to Spiritual Enlightenment.

Por Rod (Veja Claramente)